sábado, 30 de janeiro de 2010

Sr. José

Apetece-me usar o que Carlos Afonso Dias diz no seu Livro, com fotografias de 1954 a 1970.
Ao fotógrafo, cabe fotografar. Escrever, há sempre quem o faça por nós.. e realmente ele teve o Castello-Lopez para dar palavras ás imagens . Como eu não o tenho, é justo que vá denunciando pelas palavras as minhas práticas fotográficas.
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O meu gosto pela fotografia sobre o Homem esta presente desde que descobri a experiência fotográfica. Mas demorou algum tempo para que isso ganhasse forma, agora a máquina continua a ser um maravilhoso instrumento, que continua a dar-me bastantes alegrias, mas que á uns tempos para traz, mostra-se ser um grande estorvo.
Estas são as primeiras fotografias que resultam de uma abordagem mais directa com quem quero fotografar. Foi o primeiro amigo que a fotografia me deu.
Ao andar pelas ruelas da ribeira, na serenidade da tardinha, aparecia á minha frente uma silhueta que cambaleava. Como é obvio saquei da máquina, e fiz ali uma fotografia. Corri a traz do senhor, e lá com um pouco de coragem, meti conversa, e ainda bem que o fiz. permitiu-me dar á imagem fotográfica um valor significativo bem maior. Era o Sr José, com 85 anos, viveu toda a vida no Porto, trabalhava nos barcos que navegavam no rio Douro. Vive de uma reforma Baixa, que vai chegando para comer e pagar os medicamentos para as dores que tem no joelho, que a idade não deixa operar.



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